segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Era da Passividade

...fruto da época, encontrei um texto muito antigo - do ano 2000 - do "Le Monde Diplomatique", traduzido para brasileiro (acordos ortográficos?) ...
Achei interessante e partilho-o convosco.

"Era da passividade

Cada vez mais associada à propaganda, a mídia mostra a vida social como uma sucessão de "grandes fatos", que o cidadão deve limitar-se a assistir. Consumo, logo existo! Esta é a máxima que parece resumir o nosso tempo

François Brune

Vez por outra ouvem-se recriminações "à inércia das pessoas". Como não se rebelam contra essa publicidade que os envenena, contra essas empresas que os pressionam, contra o desemprego que os afeta ou ameaça, contra essa mídia que falsifica as realidades do mundo? Por que tantos problemas privados não desembocam mais freqüentemente em protestos coletivos?

É que a educação para a passividade desarma os indivíduos continuamente, em todos os níveis. Da criança pequena ao empresário em vias de se aposentar, os modelos de adaptação e de submissão ao mundo tal como ele é asseguram a perenidade do "sistema", penetrando profundamente na interioridade do cidadão.

O lingüista Alain Bentolila relata uma experiência surpreendente. Uma publicidade contra o cigarro é apresentada a quarenta crianças, de quatro a cinco anos. A mensagem não poderia ser mais clara. Um adolescente oferece um cigarro a uma garota e ela o destrói dizendo: "um pouco de liberdade conquistada". Porém, à pergunta feita: "o que quer dizer esse filme, por que ele é passado na televisão?" trinta e oito crianças responderam: "isso quer dizer que cigarro é bom, é preciso fumar". O que expressa tal contra-senso? Demonstra simplesmente que a ideologia já está moldada no espírito da criança de cinco anos. Para ela não há dúvida: 1. É um filme curto, é transmitido entre os programas, logo é uma publicidade; 2. Nessa publicidade se fala de cigarros: logo, trata-se de um produto; 3. Se falamos de um produto em uma publicidade, só pode ser para falar bem dele. Logo, é bom fumar...

Se esse esquema é suficiente para modelar a percepção de um criança de cinco anos, o que dizer da imensa impregnação ideológica nos comerciais e nos filmes publicitários? É contínua a valorização de tudo o que é veiculado pela televisão, a ponto de os hipermercados colocarem a tarja "Como visto na tevê", tanto nos produtos, quanto nos seres humanos que aí se vendem. O mundo do consumo eufórico, onipresente, impõe-se a cada um como lugar natural da vida social e meio essencial para dar rédeas soltas à personalidade. Existir é consumir, eis tudo. Escolher uma marca é conferir-se uma identidade, como indica esta pequena antologia: "Meu creme, sou eu", "Meu Corsa, sou eu", "Em Duvernoy, eu sou mais eu", "Ser Kick, ou nada", "Ser Dim até o fim", "Se você não é Gémo, você se tornará ", sem esquecer o "clássico" do pensamento pessoal oferecido a todos "Seja diferente: pense Pepsi "... E eis que jornalistas fazem esta espantosa descoberta, em reportagem: "Para se ’vestir bem’ os jovens dos subúrbios adoram as marcas". Isso não passa de mais um exemplo banal da interiorização pelos dominados do modelo dominante.

Quero comprar como sou

Mas, escapam os adultos do mito do produto que confere identidade? Vejamos: em setembro de 1999, o grupo Camif lançou uma grande campanha nacional com slogans reveladores "Eu quero comprar como vivo", "Eu quero comprar como sou", "Eu quero comprar como penso"... Como é deliciosamente ambíguo esse "como" — que liga a vida, o ser e o pensamento ao consumo! Como esse "eu quero", afirmação da identidade através do produto comprado, é poderoso em termos de "comunicação"! Identifiquem-se, camaradas educadores! Cada um pode fazer esta simples experiência: observar por quinze minutos os títulos e slogans que pululam a cada semana na mais insignificante banca de jornais ou ponto de ônibus. Não é necessário critério para decifrar: a tirania do consumo explode a olhos vistos. Veja esta simples frase, enunciada por uma grande revista, em junho de 1999: "A felicidade é uma soma de pequenas felicidades." Essas pequenas felicidades são, precisamente, as pequenas compras. A felicidade reside, assim, numa soma. Problema: a felicidade está numa quantidade ou num sentido? Pergunta embaraçosa...

Mas, pode-se perguntar, esse modo de vida submisso não é violado pela invasão, nos microcosmos domésticos, de imagens de um mundo que se move, que nos interpela, e que as mídias nos reenviam em face através da TV? Não, absolutamente. Ao fazer com que se apreenda a época como um espetáculo de consumo, o modelo consumista — tornado reflexo — nos imuniza contra qualquer mudança. Aquilo que poderia nos perturbar, vamos experimentar. A ideologia do consumo, a prima-dona, rege a "sociedade de comunicação". E já que se ensinou ao espectador que o mundo é consumível — e não transformável —, as grandes representações que dele são oferecidas serão selecionadas, condicionadas e dimensionadas como produtos.

Quer se trate de astros ou de políticos, de ficções ou de realidades, as mídias satisfazem nos ouvintes/espectadores essa mesma pulsão consumista gerada pela publicidade. A regra foi enunciada assim, desde 1990, por um slogan da emissora radiofônica RTL: "O noticiário é como o café: bom quando é quente e forte". Publicidade ou notícias, tudo é o mesmo estilo, o mesmo efeito de comunicação que visa às vezes a Época, às vezes a Mercadoria, com o propósito de subjugar a atenção coletiva. Ao acontecimento-produto corresponde, sem cessar, o produto-acontecimento. Em outubro de 1999, o Carrefour lançava o slogan que dizia: para "celebrar o fim do século, um período de desconto histórico". Na mesma época, aparecia no metrô esse anúncio "revolucionário": "Terça-feira, 12 de outubro de 1999, a loja "Le Printemps" legaliza o shopping para os homens." A bulimia de informações deve ser saciada, pensam os "jornalistas" que criaram essa necessidade. Sem dúvida, eles deploram, episodicamente, que "informações em demasia matem a informação". Porém, "o público gosta disso". Ele precisa de sua dose, já que foi viciado nisso.

A pulsão consumista exige, em primeiro lugar, quantidade de informações, renovação a todos os dias e horas, numa cadeia ininterrupta de seqüências fragmentadas e ritmadas. O ritmo é, aqui, fundamental, uma vez que dá a ilusão de estar ligado a um mundo em movimento. É também perigoso, porque subjuga o consumidor fascinado, sempre temeroso, em maior ou menor grau, de perder o elo da cadeia que o desconectaria da época. Ficar desatualizado seria deixar de ser real. Um longo dia no qual "nada acontece" é tão triste quanto uma geladeira vazia...

A lógica dos "grandes acontecimentos"

Ainda que sustentada pelo ritmo trepidante e recorrendo-se ao controle remoto, a quantidade de informação corre o risco de engendrar a monotonia. O grande medo das mídias é, como se sabe, que os consumidores "se desconectem". Aí está o papel dos grandes "acontecimentos" que, propícios a desdobramentos, mantêm-nos em suspense durante muitas semanas. Lembremo-nos ao acaso: o Papa em Longchamp, Diana no seu último túnel, o processo do colaborador nazista Papon, o lançamento arrebatador do filme "Titanic", a Copa do Mundo, os abismos eróticos (?) de Clinton, o triunfo (?) do euro, algumas fomes ou massacres aqui e acolá, uma palavra do direitista Le Pen que ainda escandaliza, um choque financeiro que não surpreende mais ninguém, a saudação ao Viagra, uma boa guerra limpa e punitiva no Kosovo, o estouro da bolsa que só tem como parceiro uma explosão aérea, o doping no esporte, a França que consome (enfim!), tremores de terra, tufões e secas, a novela do prefeito de Paris, Jean Tibéri, uma criança torturada. Porém, deixem espaço para o quarto episódio de "Guerra nas estrelas"... Compaixão e diversão são as duas tetas da França midiática.

O que é, pois, um acontecimento? Nesse inventário feito à moda do jornalista Prévert, no qual as realidades cruciais são tratadas como pequenas notícias policiais e vice-versa, só a encenação conta: tudo serve para comover, tudo é banalizado para neutralizar a análise crítica. É o "pronto-para-o-consumo" com o qual o publico não avança de modo algum na compreensão do mundo. Reduzido a uma participação afetiva, habituado, pelo modelo factual, a uma leitura puramente consumidora do mundo, ele espera apenas o drama seguinte nos palcos da época. Porém, espera coletivamente. Esse é o papel do acontecimento: ele faz dos cidadãos um público; porém público que assiste, e não assembléia que decide. A fascinação infindável exercida pela seqüência dos acontecimentos impede, então, não apenas a ação, mas o simples recuo necessário à reflexão. Ainda mais grave é que o fato veiculado pela mídia, tornando-se constitutivo do sentimento de fazer parte da coletividade, obriga insidiosamente cada cidadão a se submeter a ele, sob pena de falta de civismo (viu-se bem isso por ocasião da Copa do Mundo). Ora, submeter-se ao acontecimento é submeter-se à ideologia daqueles que o escolhem e o dramatizam enquanto tal.

É bem verdade que o público é às vezes interrogado: depois de tê-lo feito salivar como um cachorro diante de uma carne, pede-se a sua opinião. Assim lhe é dada a ilusão democrática de que existe enquanto "Opinião Pública". Mas ele é apenas sondado sobre o que lhe foi mostrado, não sobre o que lhe foi escondido. Não há nada melhor para dominar a opinião do que dominar o "real" sobre o qual se faz com que ela reaja, esse real da época, falsificado, dramatizado, inventado de maneira tão catastrófica, dissuadindo a ação dos cidadãos: o sentimento de impotência que lhes causa o panorama de tantos fatos inevitáveis lhes faz crer que, decididamente, nada podem fazer, mesmo nos espaços mais próximos, nos quais poderiam agir ou resistir.

Os fatos produzidos

Nesse grande engodo ideológico, verdadeira lei do sistema interiorizada por todos, os próprios jornalistas são às vezes tolos, imaginam-se "constatando" acontecimentos de que eles foram os promotores ou cenógrafos. Eis, por exemplo, como foi anunciado um filme transmitido pela televisão, em 21 de setembro de 1998, e que todos tiveram que esquecer mais adiante: "Quatro horas de um filme um pouco estático, sem dúvida, porém muito esperado pela performance de seu ator principal (...) E agora, vamos ver em todas as cadeias a cabo (...) Espetáculo irresistível (...) Programa excepcional (...) Versão em vídeo, melhor que o "Titanic" (...) Nesta tarde, às 15 horas, hora de Paris, o mundo inteiro descobrirá (...) É o maior evento de mídia dos Estados Unidos (...) Será a transmissão mais assistida (...) o índice de audiência mais elevado". Essas foram as expressões emitidas pela Rádio France-Inter pela manhã. Tratava-se da transmissão do interrogatório de Bill Clinton sobre suas relações com a senhorita Monica Lewinsky.

Como escapar de tal publicidade? Os ouvintes ávidos, conectando-se ao "acontecimento" farão dele um acontecimento, uma vez que ele será assistido... E os jornalistas concluirão que tiveram razão em anunciá-lo como tal! Eis como esta cadeia de acontecimentos torna-se a única abordagem do mundo, como as mídias suscitam no público a expectativa daquilo que ele não esperava, assim como a publicidade lhe cria a necessidade daquilo de que ele não tinha necessidade. A expectativa do espetáculo é profundamente interiorizada. À pergunta: "Os jornais televisivos são vistos como se vê um espetáculo?", inúmeros candidatos ao vestibular responderam inocentemente: "Não, eles são muito aborrecidos". Como se vê, eles não questionam o espetáculo, mas a informação que não é ainda suficientemente espetacular!

O público percebe muito bem que não é, verdadeiramente, "o povo soberano". Como contrapartida os discursos oficiais puseram-se a exaltar a dimensão cidadã de qualquer coisa. Como é doce sentir-se tratado como concidadão quando não se é mais do que consumidor! No entanto, a lei de absorção dos produtos, dos acontecimentos e de outros espetáculos, aplica-se às novas imagens da cidadania, que nada mais pregam do que condutas de adaptação à época: à "democracia" tal como ela é, à Europa tal como ela funciona, à economia tal ela como se globaliza.

Neocidadania midiática

Longe estão de evocar a liberdade, a resistência, a dimensão crítica do ser-cidadão. O consumidor deve aderir a esquemas consensuais ou se unir a causas (a espetáculos) que não suscitem mais conflitos. A cidadania midiática adora particularmente comemorar — a Grande Revolução de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem —, fazer o processo do passado — a França de Vichy — ou festejar o futuro liberado: o terceiro milênio verá triunfar a democracia... porém virtual!. A neocidadania, segundo o modelo da mídia, não passa de uma moda entre outras, um estilo, um prêt-à-porter do político apolítico e visa apenas produzir/consumir acontencimentos-espetáculos de cidadania. As empresas, lembremos, adotaram essa moda para se dizerem "cidadãs" (não desempregando hoje, apenas para não empregar amanhã). Já os eleitos da República só têm como preocupação maior saber qual das estrelas atuais possui "o jeito do tempo" (Patricia Kaas? Estelle Halliday? Laeticia Casta?) e será a melhor "Marianne" do ano 2000. Os prefeitos da França elegeram efetivamente uma top model, em outubro de 1999, como símbolo da República Francesa. Por seu lado, os nostálgicos da Revolução colam nas paredes cartazes de Karl Marx, com a cara cuidadosamente aviltada por rodelas de pepino, para ilustrar a "nova cara" doL’Humanité. Lançados em março de 1999, estes cartazes foram considerados por não poucos militantes como a segunda morte do autor do Manifesto Comunista. É assim que se esvazia o significante do seu significado, para depois se glorificar de ter "comunicado".

Retrucar-se-á que a verdadeira cidadania é, de agora em diante, européia. Eis, com efeito, o tipo de slogan que pretende nos provar isso, lançado no final de 1998/início de 1999: "Eu estou na Europa, logo penso em euro". Esse "logo", eminentemente cartesiano, vale mesmo seu peso em submissão à ordem financeira. Eis um outro (maio 1999): "Na Europa, hoje, votar é existir". Sem dúvida, existir na Europa não passa disso. Tal afirmativa tem todo um ar de lapso! De fato há apelos à existência que só confirmam que você não existe mais. Este, que encerra a existência cidadã na pequenez de um voto sem poder, tem muito com o que desmoralizar um militante desejoso de agir na Europa.

Curiosamente, as classes dirigentes também são abrangidas por essa ampla pedagogia da submissão. É preciso aprender corretamente como servir o sistema que os serve. Assim, elas aplicam a si mesmas, principalmente nas grandes escolas que as formam, processos de auto-condicionamento próprios para aumentar consideravelmente seu desempenho profissional. Por exemplo, um "Forum sobre Carreiras", dirigido a quadros em torno de cinqüenta anos, tinha como tema "Empresa de si mesmo". Judicioso conceito destinado a fazer aprender a viver como uma empresa a serviço da Empresa. Os participantes eram convidados a meditar sobre sua existência segundo o seguinte catecismo: Qual é o meu valor agregado? Fomento suficientemente minha rede de relações? O que pode me trazer o treinamento? Posso fazer-me "caçar"? Atenção ao duplo sentido: "fazer-se caçar " não significa aqui "fazer-se expulsar de sua empresa" — isso seria muito simples — mas fazer-se caçar por um caçador de cérebros! Na selva capitalista, os tigres do managementdevem mostrar pata branca para entrar em um sistema onde poderão depois exibir suas garras. Atinge-se aí um raro grau de interiorização dos modelos a serviço, naturalmente, de um novo humanismo... um humanismo às avessas."

sábado, 5 de setembro de 2009

A Montanha Pariu um Rato ou Tempestade em Copo de Água ou qualquer coisa que fez muito barulho e sem resultados

Há muito tempo que não sentia a emoção de teclar para este efeito.
Alterações pessoais, sobretudo, profissionais, em parte, preguiça, também e, não desprezável, falta de motivação intrínseca ou extrínseca para libertar as ideias na ponta dos dedos.
Quando há vontade de dizer, não é tarde de mais, pelo menos para uma das partes :-), a de quem escreve. E é isso que me devolve a este local.

A ideia primeira, é a de fazer um balanço da política educativa do governo que vai acabar - devo dizer que me enjoei muito cedo e a minha visão, em vez de ser global e abrangente, é apenas factual e pessoal, muito susceptível de conter incorrecções. O segundo intento é ser breve, o terceiro teria a ambição de prever o futuro, mas nem irei tentar.

Passando ao que propriamente fez comichão: não refiro as dores iniciais da alteração do Estatuto da Carreira Docente, porque, pessoalmente, o considerei apenas um ponto de partida, mas que em termos práticos apenas dividiu os docentes em dois grupos: os que ganham mal e os que ganham mais ou menos; o trabalho e a responsabilidade são, na prática, idênticos para os docentes de primeira e de segunda categoria; os de terceira categoria (os eventuais - que só são professores às vezes e adquirem traquejo em "Call-Centers") não são considerados porque, em termos políticos, ainda não fazem parte do sistema educativo.

Do que me fez dar o nome a este post, refiro dois aspectos, paradigmáticos.
Começo pelo mais antigo, que já vinha do concurso de docentes de há três anos atrás e que se repetiu e agravou neste último concurso, aparentemente válido apenas para quatro anos, mas vitalício, em caso de receio de pior colocação ou interesse pessoal da parte dos docentes colocados: os professores dos Quadros de Zona Pedagógica, integrados em Quadros de Escola, com mais tempo de serviço, acabaram por ficar mais longe da residência familiar neste último concurso, com consequências para toda a carreira - exemplifico: eu, com mais idade e mais tempo de serviço fui colocado num Agrupamento sedeado a trinta quilómetros da minha residência, mas com escolas até cerca de setenta quilómetros de distância; outros colegas, colocados posteriomente, com menos tempo de serviço e sem colocação garantida, preencheram as vagas entretanto criadas... nada contra os colegas, tudo contra o sistema que os tornou Quadro de Agrupamento, para os quais concorri nas primeiras prioridades, e para os quais deveria ter prioridade - pense-se: esses colegas não serão opositores aos próximos concursos por se encontrarem satisfeitos com a sua colocação, logo não abrirão vagas para esses Agrupamentos; consequentemente esses colegas ficarão sempre melhor colocados que eu, que os precedia na lista de colocação. GRAVE: a resolução deste problema era óbvia há muito tempo para sindicatos, Directores e Órgãos de Gestão, porque não se aplicou?

Segunda questão: muito mais mediática, mas muito menos relevante: o processo de avaliação dos docentes. Falo do modelo "simplex", que já foi prorrogado para 2009/2010. Será que difere muito do antigo modelo de avaliação? Não do "complex", que levou ao "simplex", mas do outro anterior, que teve sucesso durante muitos anos (Tomo como referência a avaliação de "Bom", para a qual não existem quotas.) Os docentes contratados continuam a ter que apresentar um relatório crítico (portefólio....ou qualquer outro nome) no final de cada ano lectivo, para que não suceda qualquer impedimento à continuação na carreira (de contratados); os professores dos quadros, em vez de apresentarem um relatório único até sessenta dias antes da transição ao escalão remuneratório seguinte, têm que apresentar um relatório crítico (portefólio....ou qualquer outro nome) a cada dois anos. É óbvio que isto abrange a esmagadora maioria dos docentes. Os corajosos, inconscientes, ambiciosos, ou com muito tempo livre, deverão pretender uma avaliação qualitativa de nível superior - acho muito bem - mas, como balanço de primeiro ano para quem o fez, poderá não valer a pena, por apresentar um grau de exigência tão elevado.

Resumindo, até na avaliação está quase tudo na mesma...

O rosto da ministra irá mudar, é certo, mas serão as mudanças visíveis? Ou ir-se-á assumir frontalmente que as "tempestades" na educação não passaram de medidas economicistas e o próprio Ministério das Finanças irá assumir a tutela da educação?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Meu Filho, Meu Herói

Nunca, como hoje, a imagem pública de cada indivíduo teve um peso tão grande. Não falo de concepções baseadas numa vida de trabalho, ou na sua prestação enquanto ser humano. Falo mesmo do carro que conduz, das roupas que usa ... e tudo começa com a auto-projecção: lembro um anúncio de leite já antigo, em que uma rapariga de muito boa estampa física assume - "Se eu não me preocupar comigo, quem se preocupará?" - é isto mesmo, cada um trata de se promover a si próprio, de se vender.
E infelizmente os filhos, muitas vezes, fazem já parte deste "marketing" pessoal. Não são só crianças iguais a todas as outras, são os melhores de todos.
Certo, isto não está bem. Mas tentem pensar ao contrário. Numa sociedade altamente competitiva, a auto-estima de grande parte dos cidadãos, mesmo conduzindo carros de alta cilindrada e de último modelo só se aguenta em valores aceitáveis se estiverem mesmo convencidos de que, de facto, são bons. E voltamos aos filhos: nada como um "rebento" precoce e altamente dotado - aos olhos dos pais -, para os convencer de que são bem sucedidos, mesmo com pouca interferência educativa na vida dos filhos: escola a tempo inteiro, piscina, ballet, karaté... banho, jantar e cama.
Não vou mais longe.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Argumentos de cinema (título enganador)

Tenho ouvido, tenho sentido, tenho criado alguns silêncios em redor da minha presença. Levei bastante tempo a compreender - a sensibilidade pode ser pouca, mas a inteligência é quanto baste.
A minha actual condição (excepcional), por pertencer (...e apenas este ano) a um Conselho Executivo, tem desenvolvido um "falar" a meu respeito, absolutamente normal, pelos aspectos positivos e pelos menos positivos. Achei que por por ter aparecido de um entre iguais, ser uma função de duração muito limitada, me aliviariam de alguns constrangimentos e falatórios. Aliás, há quem não me considere habilitado a realizar qualquer acção ou a decidir qualquer coisa... refiro-me em particular a alguns auxiliares: quando a primeira cara do Conselho Executivo que aparece é a minha, perguntam pelos restantes elementos - agrada-me, livra-me de dizer que ainda não sei e de ter que descobrir a solução a curto prazo.
Primeira avaliação do cargo: a ideia agradou-me pela possibilidade de intervir naqueles aspectos que poderiam ser melhorados ou corrigidos e que estavam identificados. Redondo engano. Começo pela parte fácil: quando se espreme uma semana de trabalho num Conselho Executivo, (a perspectiva é alargada - conversei com colegas de outros agrupamentos), não sai sumo de um fruto doce, não sai nada - sobra a sensação de não se ter produzido nada produtivo, excepto quando o tempo é dedicado a projectos específicos (é comum a colegas de Agrupamento e de outros agrupamentos).

Esta prosa surge a propósito de uma descoberta, ou seja, de um aviso de uma colega: descobri que há outro Bruno com as minhas funções, que terá que ser um "clone" (inventado - um Bruno inexistente ) meu, que não age, porque alguém não deixa, que faz o que alguém manda para se segurar ao lugar no futuro próximo ... Diz uma coisa e depois faz outra...
Pum!!! Eureka!!! Depois das confissões de uma colega amiga que preferiu não assumir a questão publicamente, cheguei a uma conclusão: vou continuar a fazer exactamente como tenho feito.
-- É verdade, nunca se agrada a todos, mas tenta-se. E todos sabem que aquilo que tem que ser dito, é efectivamente dito, "chova onde chover".
Isto pode levar à conclusão de que aquilo que não me é dito directamente, ou não é importante,
ou há falta de confiança, que tenho tentado lançar em todas as direcções (umas mais que outras...). A minha avaliação no presente ano é o mais pequeno dos meus problemas, SIADAP2, alguém conhece?
Ainda acerca da minha avaliação, como já disse atrás, noutro post, foi-me, uma vez, claramente dito, na formação inicial, que, como professor, eu não era igual aos outros, mas a dúvida final apenas se prendeu com a nota a atribuir (tive uma nota boa...no fim).... muitos anos depois, uma colega da professora titular de turma, onde fiz o estágio final, me perguntou quantos anos tinha levado para conseguir trabalhar bem, dei apenas uma resposta amiga (porque apesar dos "desdizes" estamos sempre a protegermo-nos uns aos outros) - é preciso tempo e confiança, de colegas, pais e alunos. Acrescentei que continuava a aprender todos os dias e a estar atento ao que faço e ao que observo nos outros.
Estou para aqui a escrever, mas cheguei à conclusão de que pouco tenho contribuído para o argumento (desculpem, título deste artigo). No fundo isto pode ser resumido em poucas palavras. Somos severos críticos, quando não estamos implicados. Somos muito tolerantes e permissivos quando estamos implicados.
Ligado a argumentos de cinema? Sim e sempre, na nossa realidade. De um simples movimento, quem queira, consegue extrair conclusões ilimitadas. Já que gosto de ficção, vou apresentar uma possibilidade, e como português, se tiver um bocadinho de picante, melhor.
História inventada:
O João era professor numa escola, numa escola das novas, que a Câmara vai construir, com sete turmas de primeiro ciclo e três de Jardim de Infância. Era professor de uma turma de 22 alunos, dois dos quais apoiados a tempo parcial por uma professora de Educação Especial. (não falo de traços físicos porque na maioria das vezes até são pouco significativos). João e Maria (acabámos de baptizar a professora de Educação Especial) trocavam com frequência opiniões, materiais, perspectivas acerca dos alunos. Ninguém tem dúvidas de que no contexto desta troca de informação, eram apresentadas visões pessoais sobre diversificados assuntos. Assume-se o facto de uma conversa puramente técnica durar trinta minutos, mas estarem em discussão durante sessenta minutos.
Que representa isto?
- Manel - quero lá saber!
- Margarida - dão-se bem e os alunos têm evoluído.
- Mário - dão-se bem os dois e o Manel gosta de ter a Maria por perto...
- Manuela - algum de vocês conhece a mulher do João? Tem um feitio complicado...
- Nuno - ... e a Maria tem um feitio e uma paciência infinita, além de ser o número do João... já falei demais.
... isto leva a múltiplas conversas particulares, e o "acrescenta um ponto" aplica-se a todos os comentários que vamos, naturalmente, proferindo.
Estes comentários, críticas, "tesouradas" não significam que não se gosta da pessoa, nem sequer do trabalho que realiza, porque, se for necessário, até poderá ser a primeira a pessoa a oferecer-se para ajudar. -- é muito português.
O que quero deixar, para bom português que não lê, escreve, vê filmes decentes, vai ao teatro... é que tomem a consciência de que o resultado dessa situação (não posso chamar defeito) é a existência de uma maior tendência para introduzir factos onde apenas pode haver especulção.
(Não acuso qualquer falatório a meu respeito, profissional ou pessoal, nem de pessoas próximas, reflicto apenas sobre aquilo que é comum no nosso país).
Agradeço encarecidamente que discutam esta problemática.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Efeitos Educativos de um Mundo Global

Todas as pessoas (pessoas, não falo dos animais iguais a pessoas, eh, eh), não precisam de estar sequer muito perto da educação, têm a noção clara de que uma das principais estratégias de aprendizagem é a imitação: filhos imitam os pais, alunos imitam os professores, amigos são iguais aos amigos... é mais ou menos consensual, excepto quando se procura ser exactamente o contrário (mas não é por aqui que quero ir).
E num mundo global, em que tudo se sabe por não se poder fugir ao que não se quer saber, por razões de auto-preservação, aprende-se a seleccionar; e num mundo social, onde ninguém quer estar isolado, aprende-se a ser semelhante àquilo que agrada aos cinco (ou seis) sentidos. É a música e os ídolos decadentes, é a cultura do corpo... é-me difícil arranjar um exemplo mediático, relacionado com a escola e a educação (aceito sugestões) que agrade a uma maioria das crianças...
Há ainda o desporto, razão - saúde. Começo pelo futebol: o incontornável CR7, que não sei se sabe ler fluentemente, não sabe expor ideias quando fala, é genial a jogar à bola, tem muitas namoradas esculturais, mas que se embebeda, que contrata prostitutas, conduz em excesso de velocidade e tem montes de massa. É um dos grandes modelos da população escolar. As raparigas: a Naide Gomes, trabalha que se farta, consegue muitos bons resultados, mas poucos ligam, além de que não deverá acabar a carreira rica.
Falemos de outras actividades desportivas, a Natação por exemplo. Tenho dois filhos que nadam duas horas por dia, cinco dias por semana, são alunos suficientemente bons para o ensino que têm, (elá!!) e que adoram a Natação; aliás os amigos são os da Natação e só pontualmente os da Escola. E para esta minoria - quase todos alunos acima da média - quem é o modelo? Presentemente, e mesmo antes dos Jogos Olímpicos, o Michael Phelps, que já vai com treze ou catorze medalhas olímpicas e ainda poderá subir a contagem daqui a três anos, ainda tem idade para isso. Neste belo pano caiu a nódoa e descobriram-se outras antigas: fumou droga e foi apanhado com excesso de alcóol no sangue enquanto conduzia, com dezanove anos.
É imprevisível a consequência para bons alunos, aplicados, sem muito tempo para televisão ou jogos de computador, porque treinam Natação todos os dias, a informação, o conhecimento de que o seu modelo, o super-atleta, que come mais que a maioria, que treina mais que a maioria, modelo internacional de virtudes... continua a ser imbatível, mesmo bebendo em excesso e consumindo droga. Ninguém liga ao facto de ter uma compleição física ímpar, com mais de um metro e noventa, de ser uma excepção, como a é o CR7 - todos podem ser iguais aos seus ídolos nas partes fáceis: nos comportamentos incorrectos.
Do outro lado está muito trabalho, que ninguém quer...
Que pode ser dito aos nossos alunos, aos nossos filhos? Talvez que não queiram ser muitos bons em nada!!! Porque nestas condições estamos no trapézio sem rede...
Tenho pena, mas atrevo-me a utilizar o termo "censura", apenas porque já não há limites naquilo que é mostrado, nesta sociedade tudo é exposto até ao cansaço, poderei chamar a esta forma de informar, "pornográfica"?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Por que quis ser professor?

Muitas vezes não sei. Outras vezes penso que, por masoquismo, ou por uma promessa qualquer que a minha memória não reteve.
Mas, em momentos muito concretos e muito bem definidos, em que todas as opções são postas em causa, existe uma ajuda infalível: os nossos alunos ou ex-alunos.
Já comecei e vou até ao fim.
Há uns anos atrás, depois de bastantes anos de deambulações por apoios educativos (os antigos), da coordenação de apoios educativos, de escolas de ensino especial... (sempre sem turma), depois de um estágio pedagógico (na minha formação inicial) que vincou bem a minha diferença em relação ao "típico" professor do 1º ciclo ( a nota final não provou essa diferença, e tenho que agradecer à Lurdes e à Maria Antunes o voto de confiança)... finalmente tive uma turma para um ano inteiro.... um 1º ano, ano em que nunca tinha estagiado, que pouco estava relacionado com as formações mais recentes....que me angustiou, de início, mas logo me protegi: de onde vêm? Do Jardim de Infância. O que têm trabalhado? .... entre muitas coisas, histórias... e são seres altamente empenhados em aprender aquilo que acham que a escola lhes vai ensinar em quinze dias....
Obviamente que é mais duro... particularmente quando não se é um "cara de pau" como eu não sou - - consequência nas cabecinhas: podemos brincar....a escola é brincadeira - - - e mantenho - - a escola também tem que ser brincadeira - - se não, não faz sentido que seja escola a 100%.
Estas emoções fortes são como as cerejas lavadas: nunca se arranca só uma.
....
Queria falar de:
Hoje, por questões administrativas, um ofício que me foi endereçado para a escola onde estive há dois anos lectivos atrás, relembrei porque gosto de ser professor do 1º ciclo: casualmente, no intervalo, reencontrei parte da minha antiga turma: SENTI AMOR E CONFIANÇA; das críticas (longínquas, de que andavam demasiado confiantes, de que a escola não era um local de trabalho... digo apenas, que depende da perspectiva que se tem do que é escola (ATENÇÃO PORQUE A ESCOLA DE HOJE É MUUUUIIIITOOOOO DIFERENTE DA ESCOLA DE HÁ 20 ANOS ATRÁS).
Mas, o mais importante: um aluno, que não consegui identificar disse: - professor, temos saudades das tuas histórias.... - este facto irá perseguir-me por muito tempo, as crianças aprendem com a prática e com os exemplos, porque as histórias são exemplos de vida, quando convicentes. E que a forma como estas histórias são contadas, irão influenciar a sua compreensão e as suas aprendizagens e o seu futuro, não me deixa qualquer dúvida - este meu episódio sucedeu durante a época glaciar em que as carreiras docentes estavam "congeladas".
Vou repetir: "... temos saudades das tuas histórias...", deixa-me o o amargo de boca de que algumas das coisas que já sei, e que lhes poderia ensinar, ficam em "stand-bye"... a esperança de que a titular da turma lhes saiba dar continuidade...
Outro amargo de boca e ainda mais amargo: cada vez mais, o sistema educativo me tira a liberdade de trabalhar de acordo com as minhas próprias características: ou segues o sistema ou és excluído.

A quem me conheça:
Estou quase a aceitar qualquer proposta alternativa de emprego.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Fábricas

Hoje o comentário será curto e grosso - ainda no rescaldo da greve de 19/01.
Na rotina das aulas de natação dos meus filhos, que representam mais umas horas diárias de trabalho (por enquanto só para o pai), que vou seguindo com razoável atenção, foi entrando nos meus ouvidos e atenção (muito impermeáveis) uma conversa sobre a avaliação dos docentes, conversa mantida por duas docentes; entrei na conversa, participei, sempre com uma perspectiva moderada, tentando conciliar o inconciliável: a perspectiva do Ministério com o discurso dos professores, repetido por todas as salas de professores do país, herdado por tradição oral e por muitos factos "comuns" pouco questionados - não ponho em causa a inteligência e empenho destas colegas...
Mas fartei-me..., queria ouvir algo novo e nada, os mesmos lugares comuns e provoquei.
Disse que o iria fazer e perguntei (já sabia a resposta) quantas vezes nos últimos quinze minutos tinham falado sobre as suas aulas e os seus alunos... (todos conhecemos a resposta, que tenho vergonha de escrever).
É por esta razão que uma avaliação que seleccione os professores é necessária; é por a educação se ter tornando num processo mecânico e industrial, como o casal Toffler refere - num post bem antigo deste blogue, que a urgência de uma efectivação da avaliação emerge.
O problema é que a avaliação que nos querem impor visa reduzir os custos gerais da educação, quando deveria, pelo contrário, quantificar o quanto seria necessário dar a cada aluno para ter sucesso educativo.
Os modelos propostos lembram estas imagens imortais de Chaplin. (partilhadas no You Tube)


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A força que o querer tem que ter... podia ser uma política educativa comum a vários ministérios (o que vale é que ainda acreditamos em contos de fadas

São demasiadas palavras para um vídeo que "fala por si"; mas as minhas palavras, às vezes vão longe demais...

Estou num período da minha vida em que raramente vejo o que tenho à frente dos olhos: são precisas imagens fortes (quase hardcore) para ver o estado do mundo.
Os telejornais repetem-se e insistem em notícias que nada têm que ver com as dificuldades da família A ou B; referem antes os baixos lucros dos bancos, corrigindo os da banca "com fins lucrativos"; ofuscam-se com o futuro cão da família Obama que poderá latir em português (béu, béu, béu), têm que consultar o dicionário certo; o açougueiro que amputa dedos em tribunal, seria mais mediático se amputasse a cabeça (a que pensa), ou se alguém público fosse efectivamente condenado por pedofilia e condenado à amputação do pénis. Isto sim, poderiam ser notícias com importância ou influência na opinião pública. MAS ESTAMOS ADORMECIDOS, A GREVE NÃO É SOLUÇÃO, A FENPROF JÁ ERA...ENQUANTO NÃO TRABALHARMOS AS TRINTA E CINCO HORAS SEMANAIS NA ESCOLA, A ESCOLA PÚBLICA NÃO VAI MELHORAR, MAS HAVERÁ SEMPRE MUITOS BALDAS CONTRA ESTA INTENÇÃO...
(assobio...)
não era disto que queria falar.
Tive para dar o título idêntico ao do post anterior, mas não apeteceu.
Nesta situação é mais uma mãe (QUE DESEMPENHA TODOS OS PAPEIS NECESSÁRIOS AO FILHO). Isto dava pano para mangas e pêlo para barbas e pêlos nas pernas a muitas mulheres)...
Por muito que me custe entrar em confronto com o Sr. Primeiro Ministro, não consigo deixar de me perguntar se o "choque tecnológico" resolve estas questões.
E pergunto-o de braços erguidos em louvor da importância que atribui à educação nos seus discursos): e pergunto-o com a ingenuidade de quem já lhe deu o voto:
- Como vai funcionar o choque tecnológico com estas crianças e jovens?
... infelizmente desconfio da resposta (até pode haver resposta política), mas o problema é que, na prática, são uma minoria com pouco peso político nos votos.
Costumo ser defensor de resoluções pouco radicais, porque ao mesmo tempo que criam antipatias, criam simpatias.
Mas sem ter consultado, nem de longe, a maioria de todos os colegas docentes informados, estamos contra o seu (do 1º Ministro) choque tecnológico (posso ainda argumentar em sua defesa) a maioria das visitas que realizou, foram antecipadamente preparadas para mostrar sucesso...tem dúvidas disto?).

Eh, pá, o post não era para o Sócrates...

(não era, nem é)

Mas são dois aspectos que se cruzam no futuro (para não falar de outras coisas).
Pergunta simples:
como irá ser executada a promessa do choque tecnológico, utilizando-a também para os alunos com necessidades individuais) - ou por outras palavras, não seria vantajoso moderar o choque tecnológico e melhorar a qualidade do ensino para "todos" os alunos"?

Insisto: esta minha perspectiva não é retórica, muito menos experimental e ainda menos política, esta é uma dúvida de quem conhece o Portugal que as campanhas eleitorais escondem...e à qual a Segurança Social não consegue chegar... basta perguntar...

E mesmo assim: ( o tipo é chato...) de onde veio todo este dinheiro? E por quanto tempo se vai manter? ou terá sido só um show de tv?...


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sózinho ninguém avança.

Tive uma visita ilustre hoje no meu blogue; de alguém que viu sempre primeiro as crianças e só depois o resto do mundo (quando não pensava nas crianças, era apenas para melhorar o seu bem estar). Não preciso, mas faço questão: foi e continua a ser professora do 1º ciclo.
Talvez o vídeo reflicta aquilo que a Rita via antes dos outros todos.
Beijinhos e obrigado pelo exemplo.


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Bom Ano de 2009

Saúde, paz, felicidade e estabilidade, para os amigos e para os outros.