terça-feira, 21 de abril de 2009

Meu Filho, Meu Herói

Nunca, como hoje, a imagem pública de cada indivíduo teve um peso tão grande. Não falo de concepções baseadas numa vida de trabalho, ou na sua prestação enquanto ser humano. Falo mesmo do carro que conduz, das roupas que usa ... e tudo começa com a auto-projecção: lembro um anúncio de leite já antigo, em que uma rapariga de muito boa estampa física assume - "Se eu não me preocupar comigo, quem se preocupará?" - é isto mesmo, cada um trata de se promover a si próprio, de se vender.
E infelizmente os filhos, muitas vezes, fazem já parte deste "marketing" pessoal. Não são só crianças iguais a todas as outras, são os melhores de todos.
Certo, isto não está bem. Mas tentem pensar ao contrário. Numa sociedade altamente competitiva, a auto-estima de grande parte dos cidadãos, mesmo conduzindo carros de alta cilindrada e de último modelo só se aguenta em valores aceitáveis se estiverem mesmo convencidos de que, de facto, são bons. E voltamos aos filhos: nada como um "rebento" precoce e altamente dotado - aos olhos dos pais -, para os convencer de que são bem sucedidos, mesmo com pouca interferência educativa na vida dos filhos: escola a tempo inteiro, piscina, ballet, karaté... banho, jantar e cama.
Não vou mais longe.