terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Fábricas

Hoje o comentário será curto e grosso - ainda no rescaldo da greve de 19/01.
Na rotina das aulas de natação dos meus filhos, que representam mais umas horas diárias de trabalho (por enquanto só para o pai), que vou seguindo com razoável atenção, foi entrando nos meus ouvidos e atenção (muito impermeáveis) uma conversa sobre a avaliação dos docentes, conversa mantida por duas docentes; entrei na conversa, participei, sempre com uma perspectiva moderada, tentando conciliar o inconciliável: a perspectiva do Ministério com o discurso dos professores, repetido por todas as salas de professores do país, herdado por tradição oral e por muitos factos "comuns" pouco questionados - não ponho em causa a inteligência e empenho destas colegas...
Mas fartei-me..., queria ouvir algo novo e nada, os mesmos lugares comuns e provoquei.
Disse que o iria fazer e perguntei (já sabia a resposta) quantas vezes nos últimos quinze minutos tinham falado sobre as suas aulas e os seus alunos... (todos conhecemos a resposta, que tenho vergonha de escrever).
É por esta razão que uma avaliação que seleccione os professores é necessária; é por a educação se ter tornando num processo mecânico e industrial, como o casal Toffler refere - num post bem antigo deste blogue, que a urgência de uma efectivação da avaliação emerge.
O problema é que a avaliação que nos querem impor visa reduzir os custos gerais da educação, quando deveria, pelo contrário, quantificar o quanto seria necessário dar a cada aluno para ter sucesso educativo.
Os modelos propostos lembram estas imagens imortais de Chaplin. (partilhadas no You Tube)


2 comentários:

Rita Carrapato disse...

Bruno

Em tom algo irónico, também curto, grosseiro, e pegando no título da publicação, se houvesse fabrico em série de professores, a partir de moldes feitos pelo ME, talvez já não se ouvissem professores a falar sempre sobre o mesmo. Mais, os que saíssem com defeito de fabrico seriam imediatamente saldados, logo nem teriam oportunidade de começar a exercer a sua profissão.
A perfeição vencia!...

Rita

bgod disse...

Bravo Rita, totalmente de acordo.