domingo, 21 de dezembro de 2008

Docente: cientista vs. artista

Li, num site de informação, uma opinião de alguém da hierarquia católica, em que se fazia referência à "arte" de educar, isto em tom de chamada de atenção, sobre a avaliação dos docentes.
Fiquei indeciso por um bocadinho de tempo e na minha cabeça foram-se definindo alguns aspectos, que quero partilhar sobre a dicotomia da educação: ciência ou arte?
Ao falar de educação ou de ensino de que falamos? Penso que se fale de forma mais ou menos consensual na modificação de comportamentos e atitudes, na aquisição de novas habilidades e competências, no alargamento do conhecimento. Há que considerar também a Pedagogia, a Didáctica, a Psicologia da Educação... a Sociologia da Educação, a Axiologia da Educação... estas sim, sem dúvida, são ciências. Considero, também quase como opinião unânime, que os educadores e professores têm um papel importante nestes processos.
Penso que a educação e o ensino têm uma componente artística, que se tem ou não tem, para interligar os conhecimentos científicos das diversas ciências relacionadas com o processo instrutivo e educativo e para os aplicar em novas situações. A esta "caldeirada" tem que se juntar a prática e a experiência.
Será arte ou ciência? Com o desenvolvimento da carreira docente, a prática aumenta e o esquecimento da teoria das ciências relacionadas também aumenta... também aumenta a falta de tempo para reflectir e para a formação..., o que conduz à falta de tempo para "sentir" o processo instrutivo/educativo de forma artística. Talvez aos 65 anos de idade só reste a prática, cada vez menos valorizada. E a prática não é nem ciência nem arte. É apenas experiência.

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